quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Pré-Sal: Manoel Moraes diz que veto presidencial foi covarde com a Amazônia


O  líder do PSB na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), deputado Manoel Moraes, usou a tribuna na sessão de quarta-feira (5) para fazer um acalorado discurso contra o veto presidencial  à Lei dos Royalties do Pré-sal, que chegou a ser aprovada pelo Senado Federal.

Moraes afirmou que a decisão presidencial de vetar a distribuição igualitária dos royalties foi uma prova de desrespeito para com os municípios mais pobres da Amazônia.

“Quando a presidenta Dilma faz isso, ela está cometendo covardia com a Amazônia”, declarou.

O discurso enfático do parlamentar socialista engrossa o movimento contrário ao veto presidencial ao artigo terceiro da Lei dos Royalties.

A medida do governo federal privilegia dois Estados - Rio de Janeiro e Espírito Santo - e 30 municípios chamados produtores de petróleo, no recebimento dos  royalties.

O veto contrariou o entendimento do Congresso Nacional de que todos os municípios, por serem entes federados, devem participar da partilha do bolo, já que o campo do pré-sal é da União, assim como todos os seus Estados e municípios.

Moraes define a medida tomada pela presidenta Dilma Rousseff, ao vetar a lei e não permitir a distribuição igualitária, como injustificável, tendo como clara finalidade a concentração de riquezas nas mãos de poucos.

“O Rio de Janeiro só sabe cobrar dos outros, mas na hora de dividir riquezas, eles não querem. Eles são beneficiados desde o início da história do Brasil”, diz.

Moraes afirmou, ainda, que considera injusto o tratamento diferenciado aos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo para que eles fiquem com os lucros do royalties, já que eles já são beneficiados geograficamente por integrarem os chamados grandes centros, por poderem explorar, turisticamente, a proximidade com a costa marítima e por, automaticamente, usufruírem da efervescência econômica oriunda da geração de emprego nas áreas petrolíferas.

“Por si só, eles têm uma condição melhor que a nossa. Nós temos a missão de mantermos intactas nossas florestas, sem podermos explorar nem 20% dela e amargamos o prejuízo de não termos dinheiro e sermos municípios pobres”, diz.

Por fim, Moraes afirmou que poderia aceitar com naturalidade a justificativa de aplicação de 100%  para a educação, desde que houvesse um plano prático e que resultasse em erradicação completa do analfabetismo,  garantia de ensino superior sem custo para todos que concluem o ensino médio, e colégios com aulas em tempo integral, principalmente nos locais mais pobres.

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